sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Um ano para ser esquecido



     2015 vai terminando com a sensação de que vivemos um pesadelo constante.
     Tentativas de golpe pela oposição de direita no Brasil, que teima em não aceitar o resultado das urnas. O reaparecimento de uma cobra que estava adormecida; o fascismo brasileiro, propondo a volta da ditadura, expressando abertamente seu racismo contra os negros, principalmente, mas também contra os nordestinos e nortistas, seu preconceito contra os pobres, em sua marcha de ascensão social, contra as mulheres e imigrantes, contra os índios e suas reservas, contra os sindicatos, contra os direitos dos gays, enfim, contra tudo que signifique o aprofundamento da democracia no país.
     Por outro lado uma crise econômica, política e moral que não tem fim. Políticos dos partidos de esquerda presos por corrupção e políticos de partidos de direita impunes, comprovando que a justiça tem classe, apoiando os mais ricos na sua tentativa de desestabilizar os governos do PT, num conluio com as elites decadentes, sejam elas do PSDB, do DEM, do PMDB, das federações patronais, com o apoio da mídia conservadora, dominada por 5 famílias poderosas, que temem perder seu monopólio em favor de uma democratização da comunicação.
     Mas a corrupção no PT é real, provando que a alternativa social-democrata de aliança entre sindicatos de trabalhadores e parte da burguesia se esgotou, e que o país precisa urgentemente de novas ideias, de novas lideranças, que, no entanto, custam a surgir no horizonte.
     O Congresso mais conservador e corrupto de todos os tempos, comandado por um mercenário à soldo do grande capital, sem nenhum escrúpulo, tentando impor uma agenda de retrocesso sem precedentes, em aliança com setores fundamentalistas das igrejas neopentecostais, que de igrejas não tem nada, mas são verdadeiras empresas arrecadadoras de dinheiro de fiéis desavisados, isentas de impostos e que comandam impérios de comunicações e fazem a fortuna de seus "donos" pastores.
     Uma recessão mundial que atinge fortemente o Brasil e o terrorismo recrudescente na Europa, fruto de cem anos de agressões das grandes potências contra os países islâmicos, especialmente por parte de americanos e europeus, que com sua miopia imediatista preferem apoiar grupos terroristas, usando-os como arma para derrubar ditaduras laicas, que são substituídas por perigosos governos fundamentalistas, que acabam se voltando contra o próprio ocidente, apoiados veladamente pelas ditaduras medievais do golfo pérsico, especialmente a Arábia Saudita, espalhando guerra e devastação por todo lado. A Síria destruída e milhões de refugiados invadindo a Europa, numa torrente humana jamais vista, quando escapam de se afogar no mar mediterrâneo.
     Enquanto isso Israel promove uma guerra de extermínio contra o desarmado povo palestino, com apoio explícito do ocidente, a Ucrânia padece de uma guerra interminável, provocada por mais uma das "revoluções coloridas" da CIA que derrubou seu presidente legitimamente eleito, como fez no Egito, enquanto tentam fazer o mesmo com as democracias progressistas da América Latina.
     Assim a guerra e a crise vão se espalhando por todo lado. 
     Pra terminar, o acidente da Samarco, em Mariana, compromete a vida de todo o Rio Doce, sem que o, cada vez mais acuado, governo de Dilma Roussef tome uma atitude, e um surto de microcefalia vitima nossos bebês no nordeste.
     Não há o que comemorar neste fim de ano, a não ser seu próprio fim.
     Para não deixar tudo no âmbito negativo, só posso dizer que a falência geral das ideias, tanto no Brasil como no mundo, anuncia o fim de uma era e o advento de outra. Mas essas mudanças nunca ocorrem sem vítimas, como está se vendo. Um novo mundo terá de se basear na derrota definitiva do poder do capital, dos preconceitos, das agressões à natureza e das guerras, para que possamos entrar num mundo de paz e justiça.

Fim do blog

     Aproveito essa época de fnal de era para anunciar também o fim deste blog, que já não se justifica mais, em função das novas formas de comunicação, mais ágeis e sintéticas. Agradeço aos leitores que nos acompanharam e renovo minhas esperanças num futuro melhor para a humanidade.
Ricardo Stumpf 
     
       
 

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