quinta-feira, 25 de setembro de 2014
A RÚSSIA RISCA UMA LINHA
Muito engraçado a nossa colonizada mídia ficar repetindo que a Rússia está "desestabilizando" a Ucrânia, fingindo não ver a intervenção aberta da União Europeia (Estados Unidos por trás, como sempre), para derrubar um presidente eleito que era contra o acordo com os europeus.
Para isso não hesitaram em usar gangues neonazistas para atacaram o governo buscando, eles sim, desestabilizar a Ucrânia.
Os russos reagiram em defesa das minorias de origem russa que estavam sendo perseguidas e massacradas, apoiando a rebelião do leste e marcando uma linha para deter o avanço da OTAN em direção às suas fronteiras.
É bom lembrar que nos últimos 25 anos a Rússia não se envolveu em nenhum guerra, não agrediu nenhum país, nem financiou nenhum movimento rebelde no mundo. O único conflito em que se envolveu foi na Geórgia, em 2008, quando um presidente louco instigado pelo ocidente, bombardeou durante a noite cidades que queriam se separar da antiga república soviética. Moscou entrou para defender a aqueles povos que finalmente conseguiram sua independência.
Nesse mesmo período Estados Unidos e Europa estiveram permanentemente em guerra, principalmente contra o mundo árabe, apoiando as monarquias feudais e as ditaduras mais sórdidas do oriente, invadindo o Iraque, a Líbia e agora a Síria, sem respaldo da ONU.
Na verdade novas fronteiras estão sendo traçadas no mundo. Enquanto americanos e europeus tratam de transformar o norte da África e o Oriente Médio em uma extensão das suas economias, a China conquista a África negra, o Brasil a América Latina e a Índia avança sobre as economias do oceano Índico.
A nova linha que divide o mundo passa pelo oceano atlântico na altura de Cabo Verde, dividindo a África e a América em duas partes: a de cima sob influência americana e europeia e a de baixo se unindo em torno dos BRICS.
Na nossa América, foram os americanos quem traçaram a linha com o golpe em Honduras. O recado foi claro: daqui não passam!
Na África, a linha está sendo traçada às bordas do grande deserto. As areias pertencem a coalizão do norte e a floresta e as savanas aos BRICS.
Na Europa agora a Rússia traçou também sua linha e o leste da Ucrânia deve se tornar independente, integrando-se à nova união alfandegária que os russos estão propondo. Com isso e os embargos europeus e norte-americanos, os russos vão cortando seus laços econômicos com o ocidente, tão duramente construídos, virando as costas para a União Europeia e se voltando cada vez mais para a Ásia, especialmente China, Índia e Irã.
Não é à toa que a presidente Argentina quer mudar a capital do país para a cidade de Santiago del Estero, ao norte, quase nas fronteiras do Chile e da Bolívia. Ela argumenta que o país tem que se voltar para o pacífico e para a Ásia que compram cada vez mais seus produtos e tratar de esquecer a Europa e os Estados Unidos "de onde só vem crises e problemas", segundo ela.
Enquanto o chamado "ocidente" se afunda em guerras e crises e vê sua área de influência se reduzir cada vez mais, o "resto do mundo" trata de cuidar de suas vidas e busca a paz e a prosperidade. Ainda bem que estamos no lado bom dessa história.
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