sábado, 7 de dezembro de 2013

Humor Transatlântico


Barão de Itararé


Barão de Itararé – pseudônimo irreverente do jornalista gaúcho Apparício Torelli (1895-1971) – é considerado um dos criadores do jornalismo alternativo no país e o pai do humorismo brasileiro. Com os jornais A Manha e Almanhaque, ele ironizou as elites, criticou a exploração e enfrentou os governos autoritários. Preso várias vezes, ele nunca perdeu o seu humor. Itararé é o nome da batalha que não houve entre a oligarquia e as forças vitoriosas na revolução de 1930.

Máximas do Barão:

O uísque é uma cachaça metida a besta.

A criança diz o que faz, o velho diz o que fez e o idiota o que vai fazer.

Os homens nascem iguais, mas no dia seguinte já são diferentes.

Dizes-me com quem andas e eu te direi se vou contigo.

A forca é o mais desagradável dos instrumentos de corda.

Sábio é o homem que chega a ter consciência da sua ignorância.

Não é triste mudar de ideias, triste é não ter ideias para mudar.

Mantenha a cabeça fria, se quiser ideias frescas.

O tambor faz muito barulho, mas é vazio por dentro.

Genro é um homem casado com uma mulher cuja mãe se mete em tudo.

Neurastenia é doença de gente rica. Pobre neurastênico é malcriado.

De onde menos se espera, daí é que não sai nada.

Quem empresta, adeus.

O banco é uma instituição que empresta dinheiro à gente se a gente apresentar provas suficientes de que não precisa de dinheiro.

Tudo seria fácil se não fossem as dificuldades.


O fígado faz muito mal à bebida.

O casamento é uma tragédia em dois atos: um civil e um religioso.

Tudo é relativo: o tempo que dura um minuto depende de que lado da porta do banheiro você está.

Nunca desista do seu sonho. Se acabou numa padaria, procure em outra!

Devo tanto que, se eu chamar alguém de “meu bem”, o banco toma!

Viva cada dia como se fosse o último. Um dia você acerta…

Tempo é dinheiro. Paguemos, portanto, as nossas dívidas com o tempo.

As duas cobras que estão no anel do médico significam que o médico cobra duas vezes, isto é, se cura, cobra, e se mata, cobra.

O voto deve ser rigorosamente secreto. Só assim, afinal, o eleitor não terá vergonha de votar no seu candidato.

Em todas as famílias há sempre um imbecil. É horrível, portanto, a situação do filho único.

Negociata é um bom negócio para o qual não fomos convidados.

Quem não muda de caminho é trem.

A moral dos políticos é como elevador: sobe e desce. Mas em geral enguiça por falta de energia, ou então não funciona definitivamente, deixando desesperados os infelizes que confiam nele.

Nenhum comentário:

Postar um comentário