Vergonha Nacional
A atual legislatura do Congresso Nacional tem se revelado uma das piores de todos os tempos.
Além da eleição e permanência de um conhecido racista e homofóbico à frente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, justamente o espaço destinado à defesa das minorias injustiçadas e perseguidas, temos a presença de dois parlamentares condenados pelo STF na Comissão de Constituição e Justiça da mesma casa, que correm o risco de sairem de lá diretamente para a cadeia. Que aporte esses deputados poderão dar à Constituição e à justiça no parlamento brasileiro?
Ainda por cima temos três iniciativas vergonhosas, por parte do poder legislativo nacional: a proposta de emenda constitucional que limita os poderes de investigação do Ministério Público da União e outra que coloca sob apreciação do Congresso as decisões do Supremo Tribunal Federal, ambas destinadas a colocar os parlamentares à salvo da justiça brasileira, reforçando a impunidade em um país que sofre com uma justiça lenta e com leis excessivamente tolerantes, que permitem um excesso de recursos protelatórios, fazendo com que crimes hediondos como o massacre do Carandirú levem mais de 20 anos para serem julgados.
Além dessas, temos ainda a proposta que tenta impedir a criação de novos partidos, num esforço para barrar a nova agremiação de Marina Silva, que ameaça a hegemonia do PT e de sua frente parlamentar, um casuísmo antidemocrático digno dos piores momentos da ditadura militar.
Além dessas, temos ainda a proposta que tenta impedir a criação de novos partidos, num esforço para barrar a nova agremiação de Marina Silva, que ameaça a hegemonia do PT e de sua frente parlamentar, um casuísmo antidemocrático digno dos piores momentos da ditadura militar.
Como presidente do Senado está um homem que já foi acusado de usar verbas públicas para sustentar sua amante e que, para isso, teria usado notas fiscais frias.
Na presidência da Câmara dos Deputados temos outro, condenado em primeira instância pela justiça do Rio Grande do Norte, seu estado natal, quando era Secretário de Governo de seu primo, Garibaldi Alves Filho, por usar recursos públicos em propagandas institucionais para promoção pessoal, além da acusação por uma reportagem da Folha de São Paulo mostrando que parte do dinheiro das
emendas orçamentárias promovidas por ele foi parar na empresa que tem como sócio
um assessor seu, Aluizio Dutra de Almeida.
Tudo isso em função dos chamados "acordos partidários", onde partidos que abrigam notórios corruptos se comprometem a apoiar o governo nas votações em troca de cargos e vantagens.
Isso ocorre no aniversário de 20 anos do plebiscito sobre o regime de governo, que consagrou o presidencialismo. Se o parlamentarismo tivesse triunfado, teríamos um governo de maioria parlamentar e partidos realmente representativos, sem necessidade deste verdadeiro balcão de negócios que se estabeleceu no Congresso Nacional.
Isso ocorre no aniversário de 20 anos do plebiscito sobre o regime de governo, que consagrou o presidencialismo. Se o parlamentarismo tivesse triunfado, teríamos um governo de maioria parlamentar e partidos realmente representativos, sem necessidade deste verdadeiro balcão de negócios que se estabeleceu no Congresso Nacional.
Se não conhecêssemos muitos deputados e senadores que se pautam pela boa conduta, poderíamos afirmar sem sombra de dúvida, que estamos sendo governados por um bando de ladrões. Senão como se justificaria que um homem como Paulo Maluf, procurado pela polícia de dois importantes países (França e Estados Unidos), continue solto e exercendo tranquilamente seu mandato de deputado federal?
Até quando o povo brasileiro vai aturar tanta impunidade regada a benefícios e regalias financiados com dinheiro público? Outro dia índios invadiram o Congresso Nacional, botando parlamentares para correr do plenário. O dia em que o povo resolver fazer justiça com as próprias mãos, pode acontecer algo bem pior.