Uma Universidade Federal
para a Chapada Diamantina
Tesouros arqueológicos da Chapada
(Pedra do Cauã, Rio de Contas)
Se encontra em análise pela Câmara dos Deputados a criação da Universidade Federal da Chapada Diamantina, que teria sedes nas cidades de Seabra, Lençóis, Ipirá, Rio de Contas e Morro do Chapéu.
O impacto da criação desta universidade sobre a região seria imediato, reduzindo o êxodo dos jovens para cidades maiores, especialmente Vitória da Conquista e Salvador e dinamizando a economia, além de contribuir para a preservação do importante patrimônio histórico da região.
A criação de empregos, especialmente de professores, atrairia a presença de profissionais de alto nível, que com seus conhecimentos ajudariam a aumentar o nível de ensino nas escolas locais, pois é sabido que o conhecimento científico produzido pelas universidades, se espalha por todo o tecido social, influenciando positivamente a vida de todos.
Os estudantes, que viriam fazer seus cursos na Chapada, assim como os novos funcionários, aportariam recursos, que movimentariam o comércio local e a depender dos cursos escolhidos, poderíamos ter o incremento de atividades econômicas importantes.
Orquídeas endêmicas, são uma das maiores riquezas regionais
O estudo da flora local, por exemplo, poderia ser objeto de um curso de botânica, dada a riqueza e diversidade da flora da Chapada. A fauna também tem espécies raras e delicadas, que poderiam ser objeto de estudo de um curso de biologia ou de meio ambiente e recursos naturais.
O imenso patrimônio espeleológico da região
O patrimônio arqueológico e espeleológico da região é imenso. Um verdadeiro tesouro a ser explorado, a espera de especialistas que se debrucem sobre ele.
Um curso de arqueologia seria importante, para desvendar o ainda misterioso passado de nossos ancestrais, que apenas começou a ser explorado por alguns poucos arqueólogos, sem o apoio necessário de programas governamentais.
A enorme quantidade de grutas, muitas ainda inexploradas, podem revelar outros tesouros arqueológicos e geológicos, justificando a criação de faculdade de geologia.
Novas jazidas de minério de ferro foram encontradas na região e serão beneficiadas com a passagem da ferrovia Oeste-Leste, entre Brumado e Livramento.
A Chapada Diamantina, além de suas belezas naturais e riquezas culturais, também é uma província mineral. Aqui foram descobertas as primeiras minas de ouro e jazidas de diamantes do nordeste, durante a colônia, fato que favoreceu a ocupação humana na região.
A mineração está profundamente ligada à sua história e hoje novas jazidas de minerais continuam a ser descobertas, justificando a criação de uma faculdade de mineralogia.
Arquitetura colonial em Rio de Contas
A arquitetura colonial da chapada diamantina forma um patrimônio importantíssimo para o Brasil, sendo objeto de estudo de arquitetos e historiadores, nas três cidades tombadas da região, Lençóis, Mucugê e Rio de Contas, justificando plenamente a instalação de uma faculdade de história e um curso de arquitetura. Aliás, a única faculdade de arquitetura pública do estado, até hoje é a da UFBA, em Salvador, e só recentemente alguns cursos particulares vem surgindo no interior.
Agricultura orgânica na Chapada
O potencial agrícola da região também é fantástico. Dona de um clima temperado, devido à altitude e com pluviosidade média anual em torno de 800 mm, a região já demonstrou sua capacidade de produzir frutas cítricas, café, uvas, inclusive para fabricação de vinhos de qualidade, morangos, melões, pêssegos, maçãs e outras frutas de climas frios, além de manga, maracujá, abacaxi e cana de açúcar, e uma aguardente de cana especial que já é exportada para a Europa e Estados Unidos.
Mas faltam conhecimentos técnicos aos agricultores, para que a produtividade cresça e a economia deslanche. Isso justifiacria a implantação de uma faculdade de agronomia, com ênfase na agricultura orgânica, já largamente praticada na região, pelos pequenos produtores.
Frutas produzidas na Chapada Diamantina
Por todos esses fatores, enquanto a Câmara analisa o projeto de Lei 4094/12, que autoriza o poder executivo a criar a Universidade Federal da Chapada Diamantina, cabe a nós, habitantes da região, nos mobilizarmos para definir que cursos seriam mais importantes para nossa economia e como eles seriam divididos entre as várias cidades sede.
Talvez para isso fosse interessante criar um comitê regional de apoio a criação da UFCD, com representantes de todos os municípios envolvidos, para dialogar com os deputados e levar a eles nossas reivindicações.
Cabe também aos prefeitos e vereadores da região se mobilizarem em torno desta proposta, tão importante para o nosso futuro.
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