Pra que serve a PM?
Semana passada comentamos nesta coluna a necessidade de fazer reformas na sociedade brasileira, adequando suas instituições para o futuro e nos libertando de barreiras que impedem o nosso desenvolvimento.
Comentamos também que as reformas a serem feitas são muitas e não caberiam num plebiscito, daí a necessidade de uma Constituinte exclusiva revisora.
Revisora, porque seu objetivo não é elaborar uma nova Constituição, modificando os fundamentos da atual, mas apenas revê-la, fazendo correções que o avanço da sociedade exige.
Exclusiva por que é a melhor forma de se garantir a independência dos constituintes, que assim ficariam desatrelados de um mandato parlamentar e da lógica eleitoralista que geralmente domina os parlamentos.
Uma das reformas que a sociedade vem exigindo, é a unificação das polícias, com a extinção das Polícias Militares. As PMs tiveram sua origem na necessidade de disciplinar os miltares dentro dos quartéis, mas depois extrapolaram para a função de patrulhamento das nossas cidades, enquanto à polícia civil ficou reponsável pela parte da investigação.
Há anos tramitam propostas no Congresso Nacional, propondo a extinção das Polícias Militares, que seriam absorvidas pelas Polícias Civis, mas os interesses corporativos são muito fortes e não deixam as propostas avançarem.
Ultimamente a situação vem se agravando, com a deterioração das PMs em todo o Brasil, através de seu envolvimento em uma série de crimes. Isso vem ocorrendo em todos os estados.
O último, e mais rumoroso caso, ocorreu em São paulo, com a chacina de uma família inteira, cujos pai e mãe eram PMs, crime que os investigadores apressadamente, insistem em imputar ao filho menor do casal, de apenas 13 anos.
Uma série de indícios e testemunhas que apontam na direção do envolvimento da própria Polícia Militar na execução da família, não foram devidamente levados à sério na investigação. Uma vizinha viu um PM junto com um outro homem à paisana, pulando o muro da residência. Uma chave foi encontrada embrulhada em papel nos jardins da casa, chave que poderia ter sido usada para que os criminosos entrassem, sem arrombar portas ou janelas.
Peritos indicam que seria muito difícil para um garoto de apenas 13 anos planejar com tantos detalhes um crime de tal envergadura, dopando as vítimas e depois executando-as, uma por uma, cometendo por fim o suicídio.
A própria posição em que se encontravam os corpos das vítimas sugere que o cenário foi "arrumado", segundo alguns peritos.
Por fim, um coronel da PM deu entrevista à Rádio Bandeirantes, de São Paulo, declarando que a esposa, também policial, estava denunciando colegas de farda por participação em roubos a caixas eletrônicos. Depois ele, estranhamente voltou atrás em suas declarações.
Nada disso, no entanto, tem conseguido mudar a opinião da polícia que insiste, apressadamente, em colocar a culpa na criança.
Realmente muito estranho.
A Presidente Dilma deveria reunir toda a força de sua liderança política para insistir na realização de um plebiscito que convocasse uma Constituinte, revisora exclusiva, e com isso fazer as reformas tão necessárias, no sistema eleitoral, na saúde, na educação, na estrutura tributária, na propriedade agrária, na justiça, que não funciona, no sistema carcerário medieval que possuímos e também nas polícias.
Não desanime presidente. A autoridade é sua: use-a e entre para a história como a mulher que mudou os destinos do Brasil.
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