segunda-feira, 16 de setembro de 2013

POLITICANDO

 
Sedex.com?
 
 
     Todo mundo sabe que violar uma correspondência é crime, mas desde que as cartas escritas em papel foram substituídas por mensagens virtuais, essa noção ficou mais distante, mais fluida.
     Deixamos de mandar nossas mensagens pelos Correios, que agora servem apenas para receber encomendas e para nos enviar as contas, e passamos a usar serviços de empresas estrangeiras, como o Google, o Firefox e a Microsoft.
     Pouca gente se deu conta de que essas empresas substituíram nossos Correios na entrega de nossa correspondência pessoal, porque isso foi vindo aos poucos, virando um modo tão fácil e barato de se comunicar que as cartas de papel ficaram rapidamente esquecidas.
     Agora, com o escândalo da espionagem americana, que aliás era uma coisa que todo mundo sempre desconfiou que eles fizessem, ficou claro que não existe mais o sigilo postal, que consta nas nossas leis.
     Como sempre os americanos agem com cinismo e desonestidade para implantar a sua ditadura mundial, espionando tudo e todos em nome de seus interesses nacionais, desrespeitando nossas leis, que para eles não valem nada.
     Não seria a hora do Brasil retomar o monopólio da ECT estendendo-o às comunicações eletrônicas? Para isso seria preciso apenas criar um serviço de mensagens eletrônicas dos Correios através do qual poderíamos enviar nossas mensagens, nos libertando dessas empresas americanas que entregam de graça para os serviços secretos norte-americanos o controle de nossas vidas.
     Ao invés de usarmos o hotmail, Gmail ou Yahoo, passaríamos a usar o Sedex.com, que poderia inclusive utilizar a Rede Nacional de Pesquisa, que serve às nossas universidades e é uma das poucas redes eletrônicas do mundo independente da Internet, gerenciada pelos Estados Unidos.
     É claro que isso não seria o suficiente para impedir a pirataria nas nossas comunicações, mas pelo menos colocaria sob nosso controle todo o tráfego de informações privadas, facilitando sua segurança. Caberia à nós garantir isso.
     Talvez seja o caso também de repensar o uso das urnas eletrônicas, tantas vezes denunciadas como possíveis de serem manipuladas e impossíveis de serem conferidas. Se os americanos tem programas capazes de decodificar informações criptografadas, se são capazes de desviar o tráfego até de transações bancárias, que deveriam ser super sigilosas, claro que eles podem fazer o mesmo com a transmissão de dados das urnas eletrônicas, alterando os resultados eleitorais para beneficiar grupos que atendam aos seus interesses estratégicos e econômicos.
     Já passou da hora de implantar as urnas com impressão de voto (sem a identificação do votante), para que os resultados possam ser conferidos manualmente. A recusa dos políticos em implantar esse controle, alegando ser muito caro, sempre me pareceu absurda e muito suspeita.
     Agora a teoria de que as urnas eletrônicas são completamente seguras cai definitivamente por terra. Acredito que, quando esse sistema for instalado teremos mudanças significativas no panorama político nacional e veremos que estamos sendo roubados desde 1996, quando o sistema eletrônico foi estendido a todo o país.
     

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