terça-feira, 25 de junho de 2013

DESTAQUE

A destruição das cidades históricas
O que resta de um velho casarão no centro histórico de Maragogipe

     Em duas viagens consecutivas pelas principais cidades do recôncavo baiano, fiquei impressionado com o abandono a que estão relegadas importantes conjuntos arquitetônicos daquela região, tão importante para a memória nacional.
     Velhos casarões centenários, grandes obras civis como as estações ferroviárias de São Félix e Cachoeira, abandonadas, enquanto as igrejas, que tem dono, a rica igreja Católica, consomem todo o dinheiro público.
A estação ferroviária abandonada em São Felix
     A falta de regulação do uso do solo em cidades históricas, permite que pequenas casas construam um segundo, terceiro e até quarto pavimento, sem o concurso de arquitetos, dando um aspecto favelizado à cidades como São Francisco do Conde, por exemplo, onde belíssimas construções erguidas sobre um morro em frente à baía, vão sendo encobertas pelo improviso, que vai destruindo a paisagem histórica. O mesmo em Santo Amaro da Purificação e Maragogipe.
     Candeias, então, nem se fala, virou um favelão.
Maragogipe: a arquitetura civil abandonada    
Em março estive em Congonhas do Campo, Minas Gerais, e já tinha ficado chocado com a confusão urbana que fez desaparecer a simpática cidade de outrora, sob as construções desordenadas. Em Ouro Preto esse processo de favelização também já avança pelas encostas de morros. Tudo por falta de um controle adequado do uso do solo e de planejamento da expansão urbana.
Enquanto os recursos públicos financiam restaurações caríssimas do patrimônio da igreja Católica (Cachoeira)

     As cidades históricas também precisam crescer e se desenvolver. Para isso a fórmula correta é abrir bairros novos, onde as construções contemporâneas possam ser erguidas sem comprometer o centro histórico, que precisa ser preservado.
A verticalização descontrolada  compromete a paisagem urbana dos centros históricos (Maragogipe)
     Mas nem uma coisa nem outra está sendo feita. Tombam-se alguns prédios isolados, com prioridade sempre para os templos católicos, que não assumem nem sequer sua própria manutenção, e deixa-se o núcleo histórico ao sabor da especulação imobiliária e do improviso, comprometendo irremediavelmente a paisagem urbana.
     Algo precisa ser feito, e com urgência, para salvar nossas cidades históricas.
     

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