segunda-feira, 11 de março de 2013

POLITICANDO

O Mundo Muda
Raul Castro e Sebástian Piñera dentre outros líderes americanos, ao lado do caixão de Chavez


     A morte de Chavez mostrou como o mundo está mudando. Quem diria há poucos anos atrás, que a morte de um líder latino-americano pudesse reunir tantas personalidades do mundo político, à revelia dos Estados Unidos. Mais do que isso, que líderes latino-americanos de linhas ideológicas tão distintas, quanto Raul Castro, presidente de Cuba e Sebástian Piñera, presidente do Chile, formariam uma "guarda" ao lado do caixão, junto com líderes da América Central e Caribe.
     A presença dos presidentes do Irã e de Belarus, países tão distantes, com demonstrações pessoais de afeto e apreço, assim como de diversos movimentos sociais da América latina, mostram que a hegemonia americana está em declínio acentuado.
     E este declínio se revela também na economia, com a ascensão dos países emergentes, dentre os quais o nosso Brasil.
     Nunca a oposição venezuelana pareceu tão ridícula e colonizada. O principezinho da burguesia, Capriles, ficou com cara de tacho diante da repercussão intencional da morte de Chavez e partiu para um ataque baixo, de mau gosto, desrespeitando a dor da família e dos seguidores do presidente morto.
     A direita venezuelana está desesperada com seu declínio, e transtornada pelo ódio a um líder que conseguiu mudar as prioridades do país, tirando grandes contingentes da população da miséria, democratizando a mídia, com a promoção de centenas de rádios comunitárias, programas de educação e de segurança alimentar, que inspiraram toda a América Latina. Por isso não cessam de chamá-lo de ditador, num país sem presos políticos, com oposição livre e com liberdade de expressão e manifestação. Um ditador que ganhou 12 eleições livres e limpas.
     Como sempre, ditador, para eles, é quem se opõe à hegemonia americana. Os verdadeiros ditadores que apóiam os Estados Unidos, como a Arábia Saudita, O Barhein e outros, estes são apenas governos autoritários, que fazem parte do mundo livre. Será que alguém ainda acredita nessas coisas?
       Um dos programas mais emblemáticos do governo Chavez é o de criação de orquestras sinfônicas populares. Já são mais de 100, espalhadas por todo o país, compostas por jovens, filhos de trabalhadores, que aprendem a conhecer e executar peças eruditas de todas as épocas e países. Vi um documentário sobre isto na TV Brasil, e é impressionante o resultado. Um programa que merece ser copiado no Brasil.
     Os defeitos de Chavez eram seu populismo, que acabou criando um culto à personalidade desnecessário e meio antiquado. Também a gestão econômica não é lá essas coisas, e o país enfrenta dificuldades. Quem sabe seu sucessor, Nicolás Maduro, seja realmente um homem mais maduro e possa colocar ordem na casa. Porque não basta ser um líder e ter boas idéias, é preciso saber executá-las.
     Como Dilma em relação a Lula, pondo ordem na grande transformação que ele iniciou, Maduro pode colocar a Venezuela no caminho de um desenvolvimento sustentável, de longo prazo, terminando de mandar a burguesia parasitária para seus apartamentos em Miami, para fazer companhia a tantos ditadores latino americanos amigos dos Estados Unidos, eles sim, exilados por lá, junto com seus seguidores cubanos, nicaraguenses, e tantos outros de triste história.
     É um momento importante para o nosso continente. A revolução venezuelana precisa continuar, inspirando a integração de nossos povos e nossa libertação do jugo dos verdadeiros ditadores; os Estados Unidos e seus apoiadores na região, uma elite servil, egoísta e desinteressada da sorte de nossos povos.


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