segunda-feira, 13 de maio de 2013

OBSERVATÓRIO DA TV

Programas de auditório
     Um dos formatos mais antigos de programas da TV aberta no Brasil é o programa de auditório. Alguns deles existem há décadas, sem a menor preocupação em se reciclar ou trazer algo de bom para os espectadores, nivelando por baixo as atrações oferecidas.
     Qual deles é o pior? Faustão, Gugu, Luciano Huck, Silvio Santos ou Ratinho?
     É páreo duro. Mas então porque as TVs insistem em manter este formato? Será porque a audiência para este tipo de programa é tão certa assim? Talvez porque o IBOPE se baseie apenas na audiência da grande São Paulo, onde milhões de pessoas não tem o que fazer nos finais de semana, especialmente as classes trabalhadoras que habitam os grandes bairros proletários da maior cidade do Brasil?
     Talvez se a audiência fosse medida no Brasil inteiro, o resultado fosse outro, mas o fato é que o formato sobrevive pela falta de cultura imposta às massas empobrecidas, especialmente das grandes metrópoles.
     Mesmo dentro desse formato, seria possível fazer alguma coisa bem melhor e mais divertida. Pra quem se lembra da Discoteca do Chacrinha, que lançou dezenas de bons cantores brasileiros e nunca deixou de ser extremamente popular, pode-se dizer que Abelardo Barbosa até satirizava o próprio formato, jogando bacalhau sobre as pessoas e dando buzinadas nos seus calouros, tudo sem dar uma risada.
Abelardo Barbosa: o Chacrinha.
     Mas a Globo, parece se comprazer em festejar aniversário de seus programas, comemorando sua permanência: 30 anos disso, 20 anos daquilo e nada se renova.
     Gugu é um horror, um programa sentimentalóide, que mistura religião com comércio. Silvio Santos, um cassino misturado ao "culto à personalidade" do apresentador mais canastrão do Brasil. Luciano Huck, tentou dar uma repaginada no formato, mas aos poucos foi caindo na mesmice geral, com suas cópias de programas americanos, como Lar Doce lar, Lata Velha e Soletrando. Faustão também copia: a Dança dos Famosos é cópia de um programa americano. Gugu faz a mesma coisa, com a versão lacrimegante de Lar Doce Lar. Silvio Santos imita tudo que pode e nem esconde.
     Existe também uma variação desse formato, com os programas de entrevistas feitos diante de um pequeno auditório durante a semana, mas sem as Chacretes. É o Programa do Jô, um Talk Show que também imita os americanos, exibido há décadas, o Altas Horas de Serginho Groisman, que se pretende mais intelectualizado, (como o do Jô) e por isto é jogado para a madrugada, e o Encontro de Fátima Bernardes, para donas de casa que não trabalham.
     Todos baseados em velhas e desgastadas fórmulas.
     As críticas contra esses programas são tão antigas quanto eles, mas nada muda. Talvez fosse a hora do governo copiar Argentina, Venezuela e Uruguai e implementar uma nova lei de meios de comunicação, que impeça a concentração da mídia nas mãos de poucos grupos econômicos, todos eles familiares (A família Marinho é dona do imenso polvo que são as organizações Globo, a família Abravanel, dona do SBT, a Rede Bandeirantes de Rádio e TV pertence à família Saad e a Record pertence a Igreja Universal).Todos receberam a concessão dos militares durante a ditadura, com excessão da Record, que foi adquirida posteriormente, do empresário paulista Paulo Machado de Carvalho.
     A formação da opinião de nosso povo está nas mãos dos interesses desses grupos, beneficados pela ditadura, já que a TV Brasil até agora não passou de um projeto fracassado,  cujos programas atingem pouquíssimos espectadores, seja por falta de cobertura de qualidade, seja por chatice mesmo.
     A lei de meios, da forma como foi implantada na Argentina e Venezuela, não estatiza a TV, como dizem a Globo e as outras emissoras, mas democratiza a propriedade dos meios de comunicação, pulverizando seu controle e incentivando as TVs e rádios locais em detrimento dos grandes grupos.
     Uma forma inteligente de nos livrar desses entulhos da ditadura e da condenação à assistir essa mesmice.



Zoombido no Canal Brasil

     Uma grande opção nas noites de segundas-feiras, às 21:00 h., é o programa ZOOMBIDO, apresentado pelo cantor e compositor (agora entrevistador) Paulinho Moska, no Canal Brasil.
     A entrevista é realizada num clima descontraído, com o apresentador fotografando, tocando e cantando músicas com o convidado, num divertido sarau.
     Na Sky, o Canal Brasil está no canal 66.
   

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