segunda-feira, 6 de maio de 2013

POLITICANDO

Desestabilização na Venezuela
     Com a derrota da direita na Venezuela, os Estados Unidos embarcaram em mais uma manobra de desestabilização de um país latino-americano (ao estilo Honduras e Paraguai), tentando derrubar seu presidente legitimamente eleito, Nicolás Maduro.
     Os passos são conhecidos: primeiro promovem a violência, através de manifestações armadas que atacam escolas, postos de saúde onde trabalham médicos cubanos e instituições governamentais, provocando a morte de sete pessoas. Depois acusam o governo de repressão, porque a polícia agiu contra os baderneiros da direita.
     Em seguida contestam na justiça os resultados da eleição, pedindo a recontagem dos votos. Aceita a recontagem pelos Conselho Nacional Eleitoral, anunciam que não vão reconhecê-la e entram com o pedido de anulação do pleito na Corte Suprema, onde também sabem que vão ser derrotados, mas tudo isso é apenas uma preparação para entrar com um recurso na corte internacional da Organização dos Estados Americanos, organismo dominado pelos Estados Unidos que já se pronunciou favoravelmente à direita venezuelana.
     Os americanos colocam mais lenha na fogueira, não reconhecendo o governo de Maduro e se fingindo de inocentes, dizendo que querem apenas que os direitos humanos sejam respeitados, logo eles que mantém uma prisão ilegal em Cuba, na base de Guantânamo, onde centenas de pessoas estão presas há mais de dez anos, sem acusação formal e sem prazo para serem julgadas.
     Depois vem a guerra midiática, acusando a Venezuela de ser uma ditadura. Todos os países que se opõem aos Estados Unidos são acusados pela mídia de serem ditaduras, enquanto as verdadeiras ditaduras que eles apóiam, como a Arábia Saudita, o Kwait e os Emirados Árabes, são tratados como "países com uma cultura diferente".
     O próximo passo devem ser as sanções impostas pelos americanos, e o recrudescimento das agitações comandadas por Henrique Capriles e pelas ONGs americanas que atuam na Venezuela, na tentativa de fomentar um golpe militar como o de 2002, que tentou derrubar Chavez.
     A Venezuela já prometeu retaliar se houver sanções, cortando o fornecimento de 900.000 barris diários de petróleo que vendem aos Estados Unidos, corte que precisará ser redirecionado a outros países, pois o país depende essencialmente da receita do petróleo para viver.
     Se a escalada prosseguir, provavelmente a Venezuela deve romper relações com os Estados Unidos, se retirar da OEA e expulsar todas as ONGs e organizações de "ajuda humanitária" que os americanos ainda mantém por lá, como a USAID, que não passa de um ninho de espiões e agitadores norte-americanos, como já fez recentemente o governo da Bolívia.
     Sem dúvida estão colocando à prova a capacidade de resistência de Nicolás Maduro, antes que ele possa consolidar sua liderança sobre o país realizando um bom governo. O Brasil e os outros países da Unasul, devem correr em socorro à Maduro, dentro de suas possibilidades. A nós não interessa, de jeito nenhum, um governo alinhado com os norte-americanos nas nossas fronteiras, com a possibilidade inclusive de ceder bases militares para eles, que ameaçariam diretamente nossa amazônia.
     Se não conseguirem derrubá-lo, terão se afastado mais ainda da América do Sul e tendem a perder cada vez mais influência política na região, que ainda consideram como seu "quintal", como disse recentemente seu Secretário de Estado, John Kerry.
     Nossa sorte é que Irã, Iraque, Afeganistão, Paquistão, Coréia do Norte e a própria ascensão da China, ocupam os principais lugares na preocupação da geopolítica americana, nos deixando relativamente em paz nos últimos anos. Por isto temos conseguido nos manter relativamente independentes, fortalecendo nossa integração e nossa economia.
     A melhor política é mantê-los longe de nós, com suas guerras que vão levando a destruição a tantos povos e nações.

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