domingo, 21 de julho de 2013

POLITICANDO

Quem se habilita?
  
     A novela da reforma política continua se arrastando no Congresso. Uma hora dizem que é pra 2014, outra que é pra 2016, e já tem gente dizendo que só vai valer pra 2018.
     Ou seja: tá todo mundo enrolando.
     Claro que essa história de deixar para o Congresso a responsabilidade de fazer as reformas pedidas pela população não ia dar certo. No primeiro momento eles se assustaram e trataram de aprovar uma tal agenda positiva, que votou uma três ou quatro coisinhas. Depois, quando viram que a poeira baixou...ai, que preguiça! Pra que correr, não é mesmo? Está tudo tão bom aqui pra nós...!
     O que mais me espanta nessa situação é a falta de liderança dos partidos. Afinal partido político deveria servir para reunir pessoas que pensam do mesmo jeito e lutar por aquilo que eles acham melhor para a nação. Mas os partidos atuais não tem proposta nenhuma para as tais reformas.
     Mesmo o maior partido do Congresso, o PT, não consegue se entender e o máximo que faz é publicar na TV uns anúncios sem sentido dizendo; Plebiscito Já!.
     Mas plebiscito pra votar o quê?
     Qual é a proposta do PT para as reformas?
     Não vi nenhum partido convocar uma convenção extraordinária para discutir isso. Ficam montando comissões mistas no Congresso, como se todos os partidos pensassem da mesma forma, como se eles não defendessem interesses divergentes e, às vezes, até antagônicos.
     Até o PSOL, que me parecia o partido mais afinado com as reivindicações, está sem ação, sem saber o que fazer. Todos ficam esperando uns pelos outros e ninguém se mexe.
     Por isto é que a proposta inicial da presidente Dilma, de fazer uma Constituinte Revisora, era a melhor de todas.
     E mais: uma Constituinte Exclusiva, como ela propôs: ou seja, com deputados eleitos apenas para fazer a revisão da Constituição, trabalhando paralelamente ao Congresso atual. Depois seus mandatos se extinguiriam naturalmente.
     São muitas coisas a serem mudadas no país, e não apenas o sistema eleitoral.
     A justiça, por exemplo, precisa de uma reforma total. Não há democracia se a justiça não funciona. Leis nós temos muitas, mas de que adiantam se os juízes tiram férias simultaneamente e fecham a justiça no país todo? Onde já se viu uma coisa dessas?
     E esse monte de recursos, que permite que as sentenças sejam proteladas indefinidamente? Gente já condenada fora da cadeia, porque tem endereço conhecido? Então pra quê condená-las? Penas que só precisam ser cumpridas em 1/6, se o bandido for bonzinho na cadeia?
     A raiz da corrupção está aí.
     É preciso que alguém assuma a liderança desse processo de reformas, fazendo propostas concretas para que o povo brasileiro possa opinar e decidir. E ninguém melhor para isso do que os partidos políticos, que tem o dever de apontar o caminho.
     Será que ninguém vai se habilitar?
    
    


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