RAPIDINHAS

Mudou de nome

     Finalmente os americanos conseguiram seu intento de derrubar o presidente democraticamente eleito do Egito para reinstalar uma ditadura militar, igual a que eles apoiaram durante mais de 30 anos e que foi derrubada no início da "primavera árabe".

     O grande pecado do presidente deposto, Mohamed Mursi, foi pertencer a Irmandade Muçulmana, um entidade islâmica moderada que sempre lutou pela redemocratização de seu país. Mursi, foi também o primeiro presidente egípcio, em décadas, a visitar o Irã , restabelecendo relações com aquela república islâmica, inimiga dos Estados Unidos.

     O candidato preferido dos americanos nas eleições passadas era El Baradei, ex-diretor da Agência Internacional de Energia Atômica, responsável pelo relatório que os americanos usaram como pretexto para invadir o Iraque. Ou seja, um homem da cozinha dos americanos.

     Como não conseguiram elegê-lo, organizaram manifestações populares, manipulando o sentimento de revolta do povo egípcio pelas dificuldades acumuladas durante a ditadura, para derrubar o presidente eleito e recolocar suas mãos manchadas de sangue no mais importante país do Oriente Médio, evitando que ele se alinhasse com os inimigos de Israel.

     Como a legislação americana não permite que eles apoiem governos oriundos de golpes de estado, eles estão dizendo que o que houve lá agora não foi um golpe, mas uma revolução. Acham que mudando o nome,  como fizeram recentemente em Honduras, no Paraguai e mais remotamente no Brasil, podem enganar os povos do mundo inteiro

     Mas o povo egípcio não parece ter se conformado com a manobra e a interferência dos EUA na política egípcia se encaminha para mais uma guerra civil.
     Para quem se lembra das Marchas da família, com Deus pela liberdade, organizadas no Brasil pelos americanos para derrubar o presidente João Goulart e instalar a ditadura militar, o que aconteceu no Egito é um alerta importante para os que acham que tudo se resume a ir pra rua protestar.